Nem toda coceira ou descamação é “só caspa”
A saúde do couro cabeludo depende do equilíbrio da microbiota local — um conjunto de fungos e bactérias que convivem naturalmente em harmonia. Quando esse equilíbrio é rompido, fungos oportunistas podem proliferar e causar infecções fúngicas, também chamadas de micoses do couro cabeludo.
Mais comuns do que se imagina, essas infecções podem provocar queda de cabelo, inflamação, descamação intensa e até lesões cicatriciais, quando não tratadas corretamente.
🧬 O que causa as infestações fúngicas no couro cabeludo?
As infecções fúngicas geralmente são causadas por fungos do gênero Dermatophytes, como o Trichophyton e o Microsporum — microrganismos que se alimentam da queratina presente nos fios e na pele.
Esses fungos prosperam em ambientes quentes e úmidos, o que torna o couro cabeludo, especialmente oleoso, um local ideal para sua multiplicação.
Fatores que aumentam o risco incluem:
- Excesso de oleosidade e suor;
- Uso prolongado de bonés e capacetes;
- Lavagem insuficiente dos cabelos;
- Uso compartilhado de pentes, escovas ou toalhas;
- Sistema imunológico enfraquecido;
- Doenças associadas, como dermatite seborreica ou psoríase.
⚠️ Principais tipos de infecção fúngica capilar
Embora existam diversas manifestações, a mais conhecida é a Tinea Capitis, também chamada de micose do couro cabeludo.
Ela pode se apresentar de diferentes formas, variando de acordo com a espécie do fungo e a resposta imunológica de cada pessoa:
Tinea superficial: provoca áreas descamativas, semelhantes à caspa, com coceira e leve queda de cabelo.
Tinea inflamatória (querion): causa inchaço, dor e placas avermelhadas com pus; pode levar à formação de cicatrizes.
Tinea “pontilhada” (black dot): os fios quebram rente ao couro cabeludo, deixando pequenos pontos escuros.
Outros fungos, como o Malassezia, embora façam parte da flora normal da pele, podem proliferar excessivamente e causar dermatite seborreica, uma condição inflamatória que também resulta em oleosidade, coceira e queda de cabelo.
🔍 Sintomas e sinais de alerta
Os primeiros sinais costumam ser sutis, e por isso muitas pessoas demoram a buscar ajuda.
Fique atento se você perceber:
- Coceira persistente e sensação de ardor no couro cabeludo;
- Áreas descamadas ou crostosas;
- Queda localizada de cabelo, com falhas circulares;
- Fios quebradiços e com aparência ressecada;
- Vermelhidão, dor ou presença de pequenas pústulas.
🧪 Diagnóstico e acompanhamento médico
O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista ou tricologista, com base na avaliação clínica e, quando necessário, exames laboratoriais.
Entre os métodos utilizados estão:
- Exame micológico direto (análise dos fios e escamas sob microscópio);
- Cultura fúngica, para identificar o tipo específico de fungo;
- Lâmpada de Wood, que ajuda a visualizar lesões fluorescentes típicas de algumas espécies.
É fundamental evitar a automedicação — o uso incorreto de pomadas ou shampoos antifúngicos pode mascarar os sintomas e dificultar o diagnóstico.
Se não tratada precocemente, a infecção pode evoluir para alopecia cicatricial, em que há destruição definitiva dos folículos capilares — tornando a perda de cabelo irreversível.
🔹Tratamento e controle
O tratamento depende da gravidade da infecção e do tipo de fungo envolvido, podendo incluir o uso de produtos antifúngicos tópicos e, em casos mais extensos, medicações orais prescritas por um especialista.
Além disso, o controle da oleosidade e a higienização adequada do couro cabeludo são essenciais.
Algumas terapias complementares, sob orientação médica, também podem ajudar na recuperação capilar, como:
- Peeling capilar e limpeza profunda, para remover resíduos e fungos;
- LED terapia, que reduz a inflamação local e estimula a regeneração;
- MMP ou drug delivery, para restaurar a saúde dos folículos após o controle da infecção.
🌿 Prevenção: hábitos que protegem seu couro cabeludo
- Lave o cabelo com frequência adequada ao seu tipo de couro cabeludo;
- Evite compartilhar toalhas, pentes ou bonés;
- Prefira produtos dermatologicamente testados e adequados ao seu perfil de oleosidade;
- Mantenha uma boa alimentação e cuide da imunidade;
- Consulte regularmente um especialista capilar para avaliações preventivas.
🔬 Referências Científicas
- Gupta, A.K., & Summerbell, R.C. (2020). Tinea capitis: Pathophysiology, diagnosis, and management. Journal of the American Academy of Dermatology.
- Hay, R.J., et al. (2018). Fungal infections of the scalp: A review of diagnosis and treatment. Clinical Microbiology Reviews.
- Nowicka, D., et al. (2021). Malassezia species and their role in skin diseases. Advances in Dermatology and Allergology.
A coceira e a oleosidade persistente podem ser mais do que um incômodo estético, podem indicar uma infecção fúngica que, se não tratada, leva à perda de cabelo permanente.
Está com coceira, descamação ou queda de cabelo localizada?
No Centro Capilar Affinity, nossos especialistas em tricologia médica avaliam profundamente cada caso para identificar a causa real da queda e indicar o tratamento mais seguro e eficaz.
👉 Agende sua avaliação e recupere a saúde do seu couro cabeludo com quem entende de cabelos.
